Uretra

É um tubo que transporta a urina da bexiga para o exterior no ato da micção. No sexo masculino, a uretra dá passagem ao esperma durante a ejaculação. No sexo feminino, é um órgão exclusivamente do aparelho urinário.
 A uretra masculina é formada pelas porções: (1) prostática, (2) membranosa e (3) cavernosa ou peniana. A uretra prostática é revestida por epitélio de transição. A uretra membranosa é revestida por epitélio pseudoestratificado colunar. O epitélio da uretra cavernosa é pseudoestratificado colunar, com áreas de epitélio estratificado pavimentoso.


A uretra feminina é um tubo de 4 a 5 cm de comprimento, revestido por epitélio plano estratificado, com áreas de epitélio pseudoestratificado colunar.

Bexiga e vias urinárias

A bexiga e as vias urinárias armazenam a urina formada pelos rins por algum tempo e a conduzem para o exterior. A mucosa é formada por um epitélio de transição e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo que varia do frouxo ao denso.
A túnica muscular é formada por uma camada longitudinal interna e uma circular externa. A partir da porção inferior do ureter aparece urna camada longitudinal externa. Essas camadas musculares são mal definidas. Na parte proximal da uretra, a musculatura da bexiga forma o seu esfíncter interno.


O ureter atravessa a parede da bexiga obliquamente. A parte do ureter colocada na parede da bexiga mostra apenas músculo longitudinal, cuja contração abre a válvula e facilita a passagem de urina do ureter para a bexiga. As vias urinárias são envolvidas externamente por uma membrana adventícia, exceto a parte superior da bexiga, que é coberta por membrana serosa (peritônio).

Rins

  O aparelho urinário é formado pelos dois rins, dois ureteres, a bexiga e a uretra. A urina é produzida nos rins, passa pelos ureteres até a bexiga e é lançada ao exterior pela uretra. Esse aparelho contribui para a manutenção da homeostase, produzindo a urina, por meio da qual são eliminados diversos resíduos do metabolismo e água, eletrólitos e não eletrólitos em excesso no meio interno. Essas funções se realizam nos túbulos uriníferos por meio de um processo complexo que envolve filtração, absorção ativa, absorção passiva e secreção. Além da função reguladora da composição do meio interno, os rins secretam hormônios.

  No hilo renal entram e saem vasos sanguíneos, entram nervos e saem os ureteres. O hilo contém também tecido adiposo e os dois ou três cálices, que se reúnem para formar a pélvis renal, parte superior, dilatada, do ureter. O rim é constituído pela cápsula, de tecido conjuntivo denso, a zona cortical e a zona medular (formada por 10 a 18 pirâmides medulares), cujos vértices provocam saliência nos cálices renais. Essas saliências são as papilas. Da base de cada pirâmide partem os raios medulares, que penetram a cortical.
  Cada túbulo urinífero é constituído de néfron. Em cada rim há cerca de 600 a 800 mil néfrons. O néfron é formado pelo corpúsculo renal (tufo de capilares glomerulares envolvidos pela cápsula de Bowman), pelo túbulo contorcido proximal, pelas partes delgada e espessa da alça de Henle e pelo túbulo contorcido distal, túbulo coletor e ducto coletor. O túbulo urinífero é envolvido por uma lâmina basal, que se continua com o escasso conjuntivo do rim.
  A cápsula contém dois folhetos, um interno(visceral), junto aos capilares glomerulares, e outro externo (parietal) que forma os limites do corpúsculo renal. Entre os dois folhetos da cápsula de Bowman existe o espaço capsular, que recebe o líquido filtrado através da parede dos capilares e do folheto visceral da cápsula.
Cada corpúsculo renal possui um polo vascular e um polo urinário. Ao penetrar o corpúsculo renal, a arteríola aferente divide-se em vários capilares, que constituem alças.     Além disso, há conexões diretas entre o vaso aferente e o eferente, pelas quais o sangue pode circular, mesmo sem passar pelas alças do glomérulo.
  O folheto externo da cápsula de Bowman é constituído por um epitélio simples pavimentoso, que se apoia na lâmina basal e em uma fina camada de fibras reticulares. O folheto interno é constituído de podócitos. Os podócitos localizam-se sobre uma membrana basal. O contato com a membrana basal é feito pelos prolongamentos secundários.Entre os prolongamentos secundários dos podócitos existem espaços denominados fendas de filtração.
  Os capilares glomerulares são do tipo fenestrado, sem diafragmas nos poros das células endoteliais. Há uma membrana basal entre as células endoteliais e os podócitos. Essa espessa membrana basal é a barreira de filtração glomerular. A membrana basal é constituída por três camadas:lâmina interna, lâmina densa e lâmina rara externa.
  Além das células endoteliais e dos podócitos, os glomérulos contêm as células mesangiais mergulhadas em uma matriz mesangial.No espaço entre os capilares localizam-se as células mesangiais. Essas células podem também ser encontradas na parede dos capilares glomerulares, entre as células endoteliais e a lâmina basal.

  Túbulo Contorcido Proximal: As células do túbulo proximal têm o citoplasma basal fortemente acidófilo em razão de numerosas mitocôndrias alongadas. O citoplasma apical apresenta microvilos, que formam a orla em escova. Como essas células são largas, em cada corte transversal de um túbulo proximal aparecem apenas três a quatro núcleos esféricos. Os túbulos proximais apresentam lumens amplos e são circundados por muitos capilares sanguíneos.
  O citoplasma apical das células dos túbulos proximais contém canaliculos que partem da base dos microvilos e aumentam a capacidade de o túbulo proximal absorver macromoléculas. Na sua parte basal, essas células apresentam abundantes mitocôndrias e prolongamentos laterais que se interdigitam com os das células adjacentes.
  Alça de Henle: A alça de Henle é uma estrutura em forma de U que consiste em um segmento delgado interposto a dois segmentos espessos.O lúmen deste segmento do néfron é largo, porque a parede da alça é formada por epitélio simples pavimentoso.

  Túbulo Contorcido Distal: O túbulo contorcido distal é revestido por epitélio cúbico simples. Nos cortes histológicos, a distinção entre os túbulos contorcidos distais e os proximais, ambos formados por epitélio cúbico, baseia-se nos seguintes dados: suas células são menores (maior número de núcleos em cada corte transversal), não têm orla em escova e são menos acidófilas (contêm menor quantidade de mitocôndrias). As células dos túbulos distais têm invaginações da membrana basolateral nas quais se encontram mitocôndrias.
O túbulo contorcido distal encosta-se no corpúsculo renal do mesmo néfron, e, nesse local, sua parede se modifica. Suas células tornam-se cilíndricas, altas, com núcleos alongados e próximos uns dos outros. A maioria dessas células tem o complexo de Golgi na região basal. Esse segmento modificado da parede do túbulo distal, que aparece escuro nos cortes corados chama-se mácula densa..
     
  Túbulos e Ductos Coletores: Os túbulos coletores mais delgados são revestidos por epitélio cúbico. À medida que se fundem e se aproximam das papilas, suas células tornam-se mais altas, até se transformarem em cilíndricas. Em toda a sua extensão, os tubos coletores são formados por células com citoplasma e muito pobre em organelas.
  Aparelho Justaglomerular: Próximo ao corpúsculo renal, a arteríola aferente (às vezes também a eferente) não tem membrana elástica interna e suas células musculares apresentam-se modificadas. Essas células são chamadas justaglomerulares e têm núcleos esféricos e citoplasma carregado de grânulos de secreção. Também fazem parte do aparelho justaglomerular células com citoplasma claro, de função pouco conhecida denominadas células mesangiais extraglomerulares.
       



Pleura

Serosa que envolve o pulmão, possui 2 camadas: Parietal e Visceral - ambos formados por mesotélio e tecido conjuntivo. A fina cavidade formada será preenchida por líquido lubrificante que vai permitir o deslizamento dos dois folhetos. 



                                             Seta aponta para pleura visceral

Alvéolos

Os alvéolos são a última porção da arvore brônquica. Se assemelham a uma pequena bolsa apoiada em um fino tecido conjuntivo com uma parede de fina camada epitelial, formando o septo interalveolar. Esse será constituído de pneumócitos separados por interstício de tecido conjuntivo, sendo a mais rica rede capilar do organismo. 
Os pneumócitos podem ser de dois tipos, mas os que predominam no septo interalveolar são do tipo 1 - caracterizados por núcleo achatado e zônulas de oclusão (com o intuito de prevenir a entrada de fluido nos alvéolos). Já os pneumócitos tipo 2, são arredondados, tem núcleo mais vesiculoso e ficam sobre membrana basal do epitélio alveolar. Contudo, sua principal função se dá pelos corpos multilamelares, liberados pela porção apical dos pneumócitos, formando a camada protetora alveolar- o surfactante pulmonar. 


Micografia eletrônica do septo interalveolar.

Alvéolos e septo interalveolar, destacando os pneumócitos do tipo 1 e 2, além dos vasos sanguíneos.

Ductos Alveolares

DUCTOS ALVEOLARES 

Quando a árvore respiratória vai adentrando o parênquima pulmonar, o número de alvéolos aumenta e a parede vai se constituir majoritariamente de alvéolos, o que forma o ducto alveolar. O revestimento se constitui de epitélio simples plano e o seu suporte se dá por fibras elásticas distensíveis no processo ventilatório. 



 Vista panorâmica de pulmão. Observa-se bronquíolos de vários calibres (1 a 4), vasos sanguíneos e diversos alveólos. Setas apontam para músculo liso.



Transição do bronquíolo terminal para ducto alveolar.

Árvore Brônquica


          A traqueia ramifica-se originando dois brônquios que, após curto trajeto, entram nos pulmões através do hilo. Esses brônquios são chamados de primários. Pelo hilo também entram artérias e saem vasos linfáticos e veias. Todas essas estruturas são revestidas por tecido conjuntivo denso, sendo o conjunto conhecido por raiz do pulmão.
Os brônquios primários, ao penetrarem os pulmões, dirigem-se para baixo e para fora, dando origem a três brônquios no pulmão direito e dois no esquerdo. Cada brônquio supre um lobo pulmonar. Esses brônquios lobares dividem-se repetidas vezes, originando brônquios cada vez menores, sendo os últimos ramos chamados de bronquíolos. Cada bronquíolo penetra um lóbulo pulmonar, no qual se ramifica, formando de cinco a sete bronquíolos terminais. Os lóbulos têm forma piramidal, com o ápice voltado para o hilo e a base dirigida para a superfície pulmonar. Sua delimitação é dada por delgados septos conjuntivos. No adulto, esses septos são incompletos, sendo os lóbulos, então, mal delimitados; é exceção a região próxima à pleura, onde há grande deposição de partículas de carvão nos macrófagos dos septos interlobulares. Cada bronquíolo terminal origina um ou mais bronquíolos respiratórios, os quais marcam a transição para a porção respiratória, a qual, por sua vez, compreende os ductos alveolares, os sacos alveolares e os alvéolos.
     Os brônquios primários, na sua porção extrapulmonar, têm a mesma estrutura observada na traqueia. À medida que se caminha para a porção respiratória, observa-se simplificação na estrutura desse sistema de condutos, bem como diminuição da altura do epitélio. Deve-se ressaltar, entretanto, que essa simplificação é gradual, não havendo transição brusca.


BRÔNQUIOS


Nos ramos maiores, a mucosa é idêntica à da traqueia, enquanto nos ramos menores o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Segue-se à mucosa uma camada muscular lisa, formada por feixes musculares dispostos em espiral que circundam completamente o brônquio. Em corte histológico, essa camada muscular aparece descontínua. Externamente a essa camada muscular existem glândulas seromucosas, cujos ductos se abrem no lúmen brônquico.





As peças cartilaginosas são envolvidas por tecido conjuntivo rico em fibras elásticas. Essa capa conjuntiva, frequentemente denominada camada adventícia, é contínua com as fibras conjuntivas do tecido pulmonar adjacente. Tanto na adventícia como na mucosa são frequentes os acúmulos de linfócitos. Particularmente nos pontos de ramificação da árvore brônquica, é comum a existência de nódulos linfáticos.




BRONQUÍOLOS

Os bronquíolos são segmentos intralobulares, tendo diâmetro de l mm ou menos: não apresentam cartilagem, glândulas ou nódulos linfáticos. O epitélio, nas porções iniciais, é cilíndrico simples ciliado, passando a cúbico simples, ciliado ou não, na porção final. As células caliciformes diminuem em número, podendo faltar completamente. O epitélio dos bronquíolos apresenta regiões especializadas denominadas corpos neuroepiteliais. Cada corpo neuroepitelial é constituído por 80 a 100 células que contêm grânulos de secreção e recebem terminações nervosas colinérgicas. Provavelmente, trata-se de quimioreceptores que reagem às alterações na composição dos gases que penetram o pulmão. Admite-se que sua secreção tem ação local. A lâmina própria dos bronquíolos é delgada e rica em fibras elásticas. Segue-se à mucosa uma camada muscular lisa cujas células se entrelaçam com as fibras elásticas, as quais se estendem para fora, continuando com a estrutura esponjosa do parênquima pulmonar.
Quando se compara a espessura das paredes dos brônquios com a dos bronquíolos, nota-se que a musculatura bronquiolar é relativamente mais desenvolvida que a brônquica.


Bronquíolos Terminais

Denominam-se bronquíolos terminais as últimas porções da árvore brônquica. Têm estrutura semelhante à dos bronquíolos, tendo, porém, parede mais delgada, revestida internamente por epitélio colunar baixo ou cúbico, com células ciliadas e não ciliadas. Os bronquíolos terminais têm ainda as células de Clara, não ciliadas, que apresentam grânulos secretores em suas porções apicais. As células de Clara secretam proteínas que protegem o revestimento bronquiolar contra determinados poluentes do ar inspirado e contra inflamações.





Bronquíolos Respiratórios

 Cada bronquíolo terminal se subdivide em dois ou mais bronquíolos respiratórios que constituem a transição entre a porção condutora e a respiratória. O bronquíolo respiratório é um tubo curto, às vezes ramificado, com estrutura semelhante à do bronquíolo terminal, exceto pela existência de numerosas expansões saculiformes constituídas por alvéolos, onde ocorrem trocas de gases. As porções dos bronquíolos respiratórios não ocupadas pelos alvéolos são revestidas por epitélio simples que varia de colunar baixo a cuboide, podendo ainda apresentar cílios na porção inicial. Esse epitélio simples contém também células de Clara. O músculo liso e as fibras elásticas formam uma camada mais delgada do que a do bronquíolo terminal.